I Simpósio User eXperience e Arquitetura da Informação

Ojetivo

Steven Johnson em seu livro A Cultura da Interface afirma que a relação governada pela interface (agora a digital) é uma relação semântica, caracterizada por significado e expressão, não por força física.  Ou seja, a experiência proposta por interfaces digitais são interfaces que trabalham com sinais e símbolos. (p.24).

Os computadores (que usam linguagem digital de 0 e 1) são "máquinas literárias" para o lado de cá, como os chama o guru do hipertexto Ted Nelson. Assim, vemos a importância da palavra na mediação da informação digital em interfaces e na experiência que as pessoas têm na interação com estes conteúdos.

A UX – User eXperience – é o momento de interação. Momento único, que cada pessoa percebe individualmente como um momento onde algo é colocado à prova. O que sai dessa provação é o resultado da experiência. Do antigo verbo latino periri, restou o particípio passado peritus, que passou diretamente para o português com perito, habilidoso, experimentado. Daí também com a preposição “ex” surge no latim experientia, que significa prova, ensaio, tentativa, experiência, e no latim imperial, experiência adquirida. Assim o termo experiência pode significar tanto uma tentativa, uma prova, algo que se faz, e o que foi aprendido a partir dessa provação. (Houaiss & Villar, 2001)

O mundo dos Produtos Digitais (Infoprodutos) traz para a prática da geração de interfaces disciplinas como a Arquitetura da Informação e Usabilidade. E potencializa outras como a área de UX Writing, uma nova função no processo de criação de produtos digitais: UX Writing determina a presença digital de empresas e instituições, sendo responsável por estipular a relação com os usuários.

O UX Writing vai atuar desde o princípio de um projeto, acompanhando os times de design e pesquisa, seguindo o tom e voz previamente definidos e criando diálogos entre a interface (que é a empresa/instituição em si) e o usuário final, cliente ou potencial cliente. Isso, no mundo onde o mobile é a principal forma de navegar, mostra a importância desta missão.

A taxonomia espelha o universo semântico – o domínio de conhecimento – dos usuários. Várias fontes são utilizadas para isso e os melhores métodos estão definidos pela área da ciência da informação. Existem até normas internacionais como a NISO Z39.19.

Mas com certeza o maior impacto é a linguagem conversacional. Este conceito que surge na linguística e tem seu auge de estudos na década de 1970 renasce com a UX Writing. Nas telas com microinterações e com a realidade mobile-digital, se destaca quem conversar melhor com seu usuário.

A linguagem conversacional sempre viveu na oralidade, mas agora com o advento das interfaces gráficas, principalmente para uso mobile, se torna uma série de sugestões de ações, metáforas e comandos organizados em fluxos. Mas nada diferente do que já se sabia: a interface em si, segundo grandes especialistas como Steven Johnson, é um espaço semântico, carregado de conceitos, que são ofertados por meio de links escritos (Luz, 2020)

Este I Simpósio userXperience e Arquitetura da Informação vai explorar as modificações no conteúdo digital, na comunicação humana e na experiência digital a partir da semântica e da organização do conhecimento.

Charlley Luz -Curador do I Simpósio User eXperience e Arquitetura da Informação

Público Alvo 

O I Simpósio userXperience e Arquitetura da Informação tem como foco profissionais da informação, pesquisadores, estudantes, empresas, startups, executivos, gestores, analistas, especialistas e consultores que atuam na área de gestão e organização da informação, criação de conteúdo online e do conhecimento como elementos essenciais da user eXperience.

Programação 

09h00    Abertura

 Escola de Comunicações e Artes, ECA USP - Prof. Dr. Francisco Carlos Paletta, VI TOI Chair

09h15    Produtos Digitais e o novo normal

Charlley Luz – ESPM, FESPSP e Feed Consultoria

O que é um Infoproduto, quais os passos para a criação de um produto digital e sua relação com o conteúdo.

As mudanças desencadeadas pela corona vírus trazem o desafio e a oportunidade de produtos Digitais adequados à nova realidade.

10h15    UX Writing: aspectos de interação e Bots

Ariana Dias – Belas Artes, Ux Writer

O que é uxWriting e aspectos da roteirização de Bots

 

11h15    UX Writing: línguas, linguagens e conversas

Eliézer Domingues – UxWriter Santander

Aborda as técnicas e formas de criar conteúdo para a escrita da experiência do usuário.

12h15    Painel  

Mediação:  Prof. Dr. Francisco Carlos Paletta

12h45   Encerramento

Escola de Comunicações e Artes, ECA USP - Prof. Dr. Francisco Carlos Paletta – VI TOI Chair

Relatoria: Prof. Dr. Francisco Carlos Paletta, Universidade de São Paulo

Organização

Escola de Comunicações e Artes, ECA USP – Prof. Dr. Francisco Carlos Paletta

Feed Consultoria – Consultor Prof. Msc. Charlley Luz

Biografias

CHARLLEY LUZ

Possui formação técnica em Publicidade e Propagada, graduação em Arquivologia (2006) na FABICO-UFRGS, especialização em Gestão de Serviços e Sistemas de Informação pela FESPSP (2010) e pós-graduação stricto sensu (mestrado) em Ciência da Informação (2016) na Escola de Comunicação e Artes - ECA-USP e Extensão em Digital Products na Product School San Francisco. É sócio fundador da Feed Consultoria e Serviços de Marketing LTDA. Professor e orientador, ministra as disciplinas de Arquitetura de Informação do curso de pós-graduação em Gestão da Informação Digital e de Descrição Arquivística e Gestão de Documentos Digitais do curso de pós-graduação em Gestão Arquivística da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo). Possui atuação diversificada baseada na área de Organização da Informação. Para Vocabulários Controlados e Tesauros, desenvolve projetos de criação de instrumentos de controle terminológico e metodologias de organização da informação. Atua há mais de 20 anos na área web e na área de ciências da informação aplicada, com centenas de projetos realizados.

ARIANA DIAS

Radialista, já viu pelo lado de dentro os três maiores canais de TV do Brasil e não nega o posto de entusiasta do audiovisual. Atuou como estrategista de conteúdo e social media pra diversas empresas, dentre elas Triton, Coca-cola Clothing e Globo Internacional. Em 2017 migrou para a área de UX e se reconectou com a escrita através do UX Writing. Teve a oportunidade de aplicar UXW em diferentes projetos das marcas: Vivo, Banco Original, Coca-Cola, Oi, Danone e Porto Seguro. Palestrantes em meetups e eventos corporativos. Professora de UX Writing na grade de cursos livres da Belas Artes. Co-founder do blog, podcast e consultoria UXCOPY.CO

ELIÉZER RODRIGUES

UX Writer apaixonado por histórias. Por isso me formei em Letras (USP/Sorbonne) e fui trabalhar com a comunicação de clientes como Honda, Motorola e Vivo. Hoje, quando não estou vendo um filme ou esboçando roteiros, escrevo para o Santander para simplificar o banquês para quem importa: nossos queridos usuários.

Referências:

JOHNSON, Steven. Cultura da interface. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, p. 77-84, 2001.

NELSON, Ted. On the Xanadu project. BYTE Magazine, v. 15, n. 9, p. 298-299, 1990.

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro; DE MELLO FRANCO, Francisco Manoel. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 2001.

NISO. ANSI/NISO Z39.19-2003: guidelines for the construction, format, and manage- ment of monolingual thesauri. 2005.

LUZ, C. UX Writing: taxonomia e linguagem conversacional. Blog da Feed Consultoria. Disponível em: http://www.feedconsultoria.com.br/ux-writing-o-que-voce-precisa-saber-a-mais/